segunda-feira, 29 de maio de 2017

Segue a agenda do CONIC-MG para a Semana de Oração pela Unidade Cristã:
- 29/05 - 20:00 No Focolare, Rua Anhanguera 167 - bairro Santa Teresa, Belo Horizonte (entre rua Pouso Alegre e rua Salinas) em BH;
- 01/06 - 20:00 - Escola Profissionalizante Santo Agostinho, Avenida Deputado Antônio Lunardi, nº 98 - bairro Brasil Industrial (no Barreiro), em BH;
- 01/06 - 20:00 - Paróquia São João Evangelista, Rua do Ouro, 1050 - bairro Serra, em BH;
- 02/06 - 19:00 - Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Rua Pouso Alto nº 329 - bairro Novo Horizonte, em Betim;
- 03/06 - 19:30 - Paróquia Cristo Salvador - Comunidade do Monte Castelo, Rua Itambé, 21 - bairro Monte Castelo, em Contagem;
- 04/06 - 19:00- Segunda Igreja Presbiteriana (IPI), Rua Guajajaras, 1687 - bairro Barro Preto, em BH.
- curta - compartilhe - comente - divulgue - participe - ecumenize - ore -

*em todos os eventos haverá representantes do CONIC-MG e se pede, a quem puder, ajudar com a coleta solidária para a causa ecumênica

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terça-feira, 23 de maio de 2017

A imagem pode conter: 6 pessoas, comida

LANÇAMENTO DO 23° GRITO DOS/AS EXCLUÍDOS/AS BH
Vida em Primeiro Lugar - Por direitos e democracia a luta é todo dia!

Igrejas e organizações do povo na luta pela democracia e em defesa dos nossos direitos. ✊✊✊ 

Dia 29/05 (segunda), às 19h, no Salão da Igreja São José - Centro BH. 

Participação de Dom Otacílio - Bispo Auxiliar para a Ação Social e Política.

Venha se somar, mobilizar e se organizar!

🎶🎶 "Não pode faltar ninguém no Grito dos/as Excluídos/as!" 🎶🎶

segunda-feira, 22 de maio de 2017

AGENDA DA SEMANA
em marcha ecumênica e pelo ecumenismo, pela Democracia, contra os golpes, pela defesa de Direitos e pela Diretas Já!!!

 

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Stedile: "Precisamos de diretas já e de um plano popular de emergência"

João Pedro Stedile convoca o povo para não sair das ruas


João Pedro Stedile, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Frente Brasil Popular, analisa em entrevista o cenário político brasileiro, o papel da Globo, as divisões no campo golpista e fala sobre a necessidade de construção de um governo de transição e da construção de um projeto popular para o Brasil.
Brasil de Fato - Qual o interesse da Globo em divulgar esses áudios e por que eles insistem em eleições indiretas?
João Pedro Stedile - A Rede Globo se transformou no principal partido da burguesia brasileira. Ela cuida dos interesses do capital, utilizando sua força de manipulação da opinião pública e articulando os setores ideológicos da burguesia, que inclui o poder judiciário, alguns procuradores, a imprensa em geral, etc. Eles sabem que o Brasil (e o mundo) vive uma grave crise econômica, social e ambiental, causada pelo modus operandi do capitalismo. E isso aqui no Brasil se transformou numa crise política, porque a burguesia precisava ter hegemonia no Congresso e no governo federal para poder aplicar um plano de jogar todo peso da saída da crise sobre a classe trabalhadora. Portanto, a Globo é a mentora e gestora do golpe.
Porém, a saída Temer, depois do impeachment da Dilma, foi um tiro no pé, já que a sua turma - como revelou o próprio Eduardo Cunha - era um bando de lúmpens, oportunistas e corruptos, que não estavam preocupados com um projeto burguês de país, mas apenas com seus bolsos.
A Operação Carne Fraca foi um tiro no pé, que ajudou a desacreditar essa turma do PMDB, pois vários deles estavam envolvidos e provocaram um setor da burguesia agroexportadora. Agora, eles precisam construir uma alternativa ao Temer. A forma como ele vai sair se decidirá nas próximas horas e dias, se por renúncia, se cassam no TSE ou mesmo aceleram o pedido de impeachment no Congresso. E nas próximas semanas se decidirá quem colocar no lugar.
Muitos fatores incidirão e o resultado não será algum plano maquiavélico de algum setor, mesmo da Globo, mas será resultado da luta de classes real, de como as classes se comportarão nas próximas horas, dias e semanas.
Como se organiza o campo golpista?
campo golpista está dividido desde 2014. E isso nos ajuda. Porque nos golpes anteriores, de 1964, e depois no período do governo FHC de 1994, a burguesia estava unida, tinha um comando único, tinha um projeto de país e tinha uma retaguarda importante no capital estadunidense. Agora, eles não têm projeto para o país. Perderam a retaguarda gringa pois se alinhavam com a Hilary Clinton. Querem salvar apenas seus interesses econômicos particulares. Como disse o sociólogo tucano José de Souza Martins, "as reformas da previdência e trabalhistas são medidas capitalistas, que aumentam a exploração dos trabalhadores, mas são contraditórias com um projeto capitalista de país".
Eles não têm comando único. Estão divididos entre o poder econômico ([Henrique] Meireles, JBS, etc); o grupo dos lúmpens do PMDB ([Romero] Jucá, [Eliseu] Padilha, [Michel] Temer, Moreira Franco…), que tem o poder das leis, e começam a ter fissuras, como o caso do Renan Calheiros. E há também o grupo ideológico, composto pela Globo e pelo Poder Judiciário. Há muitas contradições internas entre eles.
E por isso também eles não têm claro, agora, quem colocar no lugar do Temer. O ideal para eles seria inviabilizar o Lula, ter um governo de transição, que fosse aceito pela maioria da população, que poderia até ser a ministra Cármen Lúcia, até outubro de 2018, e aí tentar ganhar as eleições.
Porém, essa divisão aparece também nas candidaturas deles, pois ainda não conseguiram construir um FHC, um Collor. Estão tateando para opinião pública, apresentando o [João] Doria, o [Luciano] Hulk, etc. Mas eles sabem, pelas pesquisas de opinião pública, que são inviáveis e só adiariam ainda mais a crise política.
O que os trabalhadores e organizações populares podem fazer neste momento?
estamos debatendo, desde o ano passado, no âmbito dos mais de 80 movimentos populares e organizações políticas que fazem parte da Frente Brasil Popular, de que as saídas que interessam para classe trabalhadora são um conjunto de medidas complementares. Primeiro afastar os golpistas, e suspender todas as medidas legislativas que eles vêm tomando contra o povo. Depois ter um governo de transição, que convoque as eleições presidenciais para outubro de 2017. E que se discuta uma forma de termos uma reforma política imediata, que garanta a vontade do povo, e se eleja um novo Congresso. E que o novo governo assuma o compromisso, já em campanha, de convocar para 2018 uma Assembleia Constituinte Exclusiva, à parte do Congresso, para construir um novo modelo democrático de regime político-eleitoral no país.
Paralelamente a isso, construímos um “Plano Popular de Emergência”, que elencou mais de 70 medidas de emergência que o governo de transição e o novo governo deveriam implementar, que na nossa opinião, tirariam o país da crise econômica, social e política.
E depois, durante a campanha eleitoral, é preciso discutir um novo projeto de país, que tome em conta a necessidade de reformas estruturais de médio e longo prazo, como a reforma tributária, a reforma dos meios de comunicação, a reforma agrária, as mudanças no pagamento dos juros e do superávit primário e a própria reforma do poder judiciário.
Mas para que tudo isso aconteça, os trabalhadores, as massas, precisam urgentemente ganhar as ruas. A força do povo só se exerce nas ruas, nas mobilizações, ocupações e pressão de massa. Acredito que nas próximas horas e dias, haverá várias plenárias para debater calendários concretos de mobilização. De nossa parte, achamos que a semana que vem é decisiva. Precisamos acampar no STF, para garantir a renúncia dos golpistas e prisões dos corruptos denunciados pelo Joesley Batista. Precisamos realizar amplas mobilizações em todas as capitais e grandes cidades, dia 21 próximo, domingo. Precisamos transformar o dia 24 de maio não só em mobilização em Brasília, mas em todo país, ocupando as assembleias legislativas, as estradas… enfim, o povo precisa entrar em campo, e pressionar para acelerar as mudanças necessárias.
Na sua avaliação, eleições diretas podem trazer avanços para o país? Como? Quem seriam os candidatos?
Claro, as eleições diretas para presidente e para um novo Congresso são uma necessidade democrática, para tirarmos o país da crise política. Ou seja, só as urnas podem repactuar um governo que represente os interesses da maioria e para ter legitimidade de realizar mudanças a favor do povo, para sairmos da crise econômica. Porque a crise econômica é a base de toda crise social e política.
Da classe trabalhadora, o Lula é ainda o que representa as amplas maiorias do povo brasileiro e que pode se comprometer com um projeto de mudanças e com nosso plano de emergência.
Provavelmente, teremos muitos outros candidatos, como Bolsonaro, na extrema direita, Marina Silva, tentando ocupar um eleitorado de centro, mas sua base real é apenas a Igreja Assembleia de Deus. E entre o tucanato, eles estão em crise, porque Alkmin esta arrolado em várias denúncias. Doria é um playboy de quinta-categoria. E a Globo não teve tempo ainda de construir uma alternativa, como foi o Collor em 1989.
Qual a saída para impedir os retrocessos da agenda golpista?
Mobilizar, lutar, não sair das ruas. E trabalhar nos próximos dias na perspectiva de uma greve geral por tempo indeterminado. Toda nossa militância social e os leitores de nosso Brasil de Fato devem ficar alertas, que os próximos dias serão de batalhas decisivas para definir os rumos dos próximos anos. E a força da classe trabalhadora só se expressa nas mobilizações.

Fonte:
https://www.brasildefato.com.br/2017/05/18/precisamos-de-diretas-ja-e-de-um-plano-popular-de-emergencia/

quarta-feira, 17 de maio de 2017

AGENDA DA SEMANA PIPOCANDO - PARTICIPE E DIVULGUE!!!

AGENDA DA SEMANA PIPOCANDO - PARTICIPE E DIVULGUE!!!

Dia 17/05


Dia 18/05

Dia 19/05


Dia 20/05

  

É sábado agora!!!
Grande Kizomba da Paróquia Pai Misericordioso
20/05 às 19:00hs na Comunidade Nossa Senhora Aparecida - Rua Arthur Cunha, 356 - bairro Acaiaca BH/MG
 

Dia 21/05

Atividade Permanente de Outono-Inverno

Nota de esclarecimento – Pentecostes
17/05/2017
Estão sendo distribuídos na Capital Mineira e na Região Metropolitana de Belo Horizonte folhetos que convidam os fiéis católicos para celebrar a Festa de Pentecostes em um lugar que seria “santuário” da Igreja Católica, dedicado a São Lázaro.
É importante esclarecer: nossa amada Igreja Católica, com seus mais de dois mil anos de história, em comunhão com o Papa Francisco, nunca teve um santuário dedicado a São Lázaro na Arquidiocese de Belo Horizonte.
Por isso, orientamos os fiéis que antes de participar de qualquer celebração, ou mesmo oferecer qualquer doação a uma igreja que se diz católica, verifique no catálogo digital da Arquidiocese (clique aqui para ver) se, de fato, o templo é ligado à Igreja Católica. Outra opção é ligar para a Cúria Metropolitana – (31)3269-3100 – e buscar orientações.
Esclarecemos ainda que os sacramentos do Batismo e da Crisma, em razão de sua importância para a vida cristã, exigem preparação dos fiéis adultos. Afinal, os fiéis que recebem esses sacramentos assumem o compromisso de viver nova vida, como autênticos cristãos. Quando o batizado é de uma criança pequena, os pais e padrinhos, responsáveis pela educação para a fé das crianças, assumem o compromisso repassar aos pequeninos os ensinamentos do Mestre Jesus. Para isso, são convidados a viver momento de formação, em que amadurecem conhecimento sobre os sacramentos da Igreja.
Os sacramentos do Batismo e da Crisma marcam o início da vida cristã, são etapa importante e decisiva na vida de todos os fiéis cristãos católicos.
Estão sendo distribuídos na Capital Mineira e na Região Metropolitana de Belo Horizonte folhetos que convidam os fiéis católicos para celebrar a Festa de…
ARQUIDIOCESEBH.ORG.BR

quinta-feira, 4 de maio de 2017

DENÚNCIA: Anglo America faz coerção dissimulada às comunidades nos entorno de suas minas em MG

Anglo American procura harmonia coerciva em meio a clima de terror no entorno das suas minas em Minas Gerais, Brasil

Logo na semana em que a Rede de Articulação e Justiça Ambiental dos Atingidos pelo Projeto Minas Rio (REAJA) e a Rede de Mineração de Londres (London Mining Network, uma rede em que participam 30 organizações) denunciam os graves impactos socioambientais e as ameaças a integridade física dos moradores atingidos em torno da mineração em Conceição de Mato Dentro, MG (http://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/noticias/mineracao-em-conceicao-do-mato-dentro-denunciada-na-assembleia-da-anglo-american-em-londres/), a empresa inicia a distribuição de convites para uma reunião com representantes da Anglo American. Tal reunião teria como finalidade o aprimoramento do diálogo com a empresa e o objetivo de “conhecer o EIA/RIMA preparado para a Etapa 3 do Minas-Rio”, procurando, segundo ofício, “...construir soluções que permitam o convívio harmônico”.
Contudo, acontecimentos recentes instauraram um verdadeiro clima de terror nas referidas comunidades, que envolveram desde notas em  redes sociais até ameaças de morte aos autores de uma Ação Popular que obteve, na Justiça, o cancelamento de uma Audiência Pública. O cancelamento da Audiência foi solicitado exatamente porque os Estudos de Impacto Ambiental não foram disponibilizados com tempo suficiente para o conhecimento e análise do mesmo. Portanto, a audiência seria somente uma propaganda da empresa acerca do empreendimento e não atenderia ao seu objetivo original, relativo à discussão qualificada acerca dos direitos dos atingidos e das falhas e lacunas dos estudos ambientais apresentados.
Diante da escalada de violência, impulsionada por notas, matéria em jornal local, que expuseram os autores, e por vídeo publicado no Facebook da própria Anglo American após o cancelamento da audiência, pesquisadores do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (GESTA) e Programa Polos de Cidadania (Polos), da UFMG, que, entre outras instituições, também foram convidados para a mencionada reunião, alegam que, nestas circunstâncias de intimidação e terror, qualquer tentativa de encontros ou audiências públicas junto com os moradores e seus apoiadores revelam uma dupla estratégia: enquanto a população sofre pressões e calunias intimidadoras, as audiências públicas servem apenas como elemento - para “inglês ver” - de "boa governança" por parte da empresa, na busca de um falso consenso. Nestas condições, segundo os pesquisadores, as tentativas da empresa, assim como determinados setores coniventes na esfera das instituições públicas, configuram uma verdadeira pressão para alcançar uma "harmonia coerciva", enquanto os Direitos Humanos amparados na Constituição Brasileira estão sendo violados, tornando os moradores afetados em vítimas de um verdadeiro descaso planejado, que pode resultar em desastre com prejuízo à segurança dos atingidos, tendo em vista a escalada dos conflitos e multiplicação das intimidações e ameaças.

Seguem as cartas-resposta dos pesquisadores do GESTA e Polos à Anglo American, na íntegra:


CARTA RESPOSTA GESTA:

Belo Horizonte, 26 de Abril de 2017
Prezada Mariana Rosa,
Gerente de Comunicação Anglo American
Prezado Tiago Alves,
Coordenador Corporativo de Desenvolvimento Anglo American

Em resposta ao ofício recebido em 25/04/2017, agradecemos seu convite para um encontro. Apreciamos a sua tentativa de instaurar um “diálogo aberto e respeitoso” [como] “caminho para construirmos juntos um legado positivo para a região”. Contudo, aproveitamos a oportunidade para esclarecer os seguintes pontos:
O GESTA é um núcleo vinculado ao Departamento de Antropologia e Arqueologia (DAA) da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Desde 2001, o GESTA é cadastrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão relacionadas à compreensão dos conflitos ambientais. O Grupo, de caráter interdisciplinar, é composto por pesquisadores e alunos de graduação e pós-graduação das áreas de Antropologia, Sociologia, Geografia, Direito e Ciências Socioambientais. A atuação do núcleo tem privilegiado a interface entre pesquisa e extensão, buscando refletir sobre os efeitos sociais de grandes projetos e seus processos hegemônicos de apropriação do território, ao mesmo tempo em que procura fomentar a capacitação político-participativa de populações atingidas.

Nesse diapasão, desde 2012, o GESTA conduz pesquisas dedicadas ao tema da mineração no estado de Minas Gerais, com destaque para os projetos “Alcances e Limites da Resolução Negociada de Conflitos Ambientais: o caso do projeto de mineração Minas-Rio” (apoio CNPq 408591/2013-7) e “Nova Fronteira Minerária, Land-grabbing e Regimes Fundiários: consequências socioambientais e limites da gestão de conflitos” (apoio CNPq 445550/2014-7), ambos com apoio das agências nacionais de fomento à pesquisa acadêmica e, desde 2015, o projeto “Poder, território e conflito: processos de territorialização e mineração em Conceição do Mato Dentro (MG)”, com apoio da FAPEMIG (APQ-03592-14) . No âmbito da extensão universitária, o grupo desenvolve o programa “Observatório dos Conflitos Ambientais: tecnologias sociais e justiça ambiental” (Registro SIEX/UFMG 500301), através do qual presta assessoria aos grupos atingidos pelo empreendimento Minas Rio em Minas Gerais. Tais atividades de assessoria são efetuadas a partir da demanda apresentada por parte das populações locais. Nossa atuação se restringe, assim, ao acompanhamento e análise do processo de licenciamento, fornecendo aos atingidos subsídios técnicos e políticos que se orientam para: formação e fortalecimento das redes de articulação e mobilização, apoio à troca de experiências e de perspectivas dos atores que experimentam danos e/ou violações aos direitos de acesso e apropriação do meio ambiente, visando uma participação social qualificada, efetiva e igualmente justa no que tange às políticas ambientais.

Dito isso, não desempenhamos qualquer protagonismo no caso, não temos o intuito e tampouco legitimidade para representações e/ou deliberações. Nossa atuação está restrita aos espaços e momentos em que nossa presença enquanto pesquisadores-parceiros é demandada pelos grupos que assessoramos. Com efeito, não nos cabe participar do encontro/reunião nos termos propostos pelo referido ‘convite’.

Ademais, causa particular estranhamento que a disposição e a abertura para o diálogo sejam acompanhadas e marcadas por iniciativas que buscam a exposição pública de moradores, atingidos pelo empreendimento, que, sistematicamente, buscam denunciar o esvaziamento das condições e possibilidades de participação e a continuidade e agravamento das violações de seus direitos. Materiais como notas anônimas, matéria jornalística, vídeos, são circulados na região de modo a expor e responsabilizar esses atores por supostos atrasos e entraves ao desenvolvimento do projeto. Tais iniciativas contribuem tão somente para a intensificação das cisões e tensões no local, colocando sob ameaça a segurança de cidadãos que, pelos canais institucionalizados, pelas vias formais, públicas e legítimas, buscam a defesa de seus direitos. Em oposição à atmosfera de entendimento e diálogo, tais iniciativas, oficiosas, resultam na escalada de conflitos e da violência na região, com episódios de intimidação, ameaças e constrangimentos que substituem o terreno da discussão política pelo campo das operações policiais. O cenário é de medo e insegurança. Acentuamos a responsabilidade do empreendedor pelo zelo à segurança no local e pela manutenção das condições que garantam a liberdade de manifestação política dos cidadãos, independentemente da natureza de seu posicionamento.

Adicionalmente, cabe ressaltar que as reflexões produzidas pelo GESTA acerca dos limites das tecnologias de resolução negociada dos conflitos estão disponíveis em publicações acadêmicas de ampla circulação e cuja consulta recomendamos como forma de prevenir novas interpretações e encaminhamentos equivocados. Ressaltamos abaixo, apenas alguns aspectos dessa extensa reflexão:

A “estratégia da resolução negociada de conflitos” é frequentemente consagrada como caminho glorioso para mediação de “interesses divergentes” numa perspectiva semelhante àquela própria ao mundo dos negócios celebrados no âmbito do livre mercado entre partes interessadas, situadas em posições equivalentes. Os projetos da Anglo American no município de Conceição de Mato Dentro, porém, revelam conflitos entre partes desiguais de duas maneiras:

  1. Em relação aos capitais social, político e econômico: por um lado, temos a Anglo American, uma corporação multinacional, com uma equipe de profissionais integralmente dedicados para tratar assuntos jurídicos e técnicos, muito bem articulada com os poderes locais, nacionais e internacionais. De outro lado, estão os moradores da região afetados nas mais variadas formas pelas atividades da mineração, que, muitas vezes, não possuem a formação, conhecimento, tempo e recursos disponíveis que os coloquem em condições de simetria e igualdade para a disputa. Via de regra, eles também não têm as condições econômicas para contratar especialistas que poderiam trazer os esclarecimentos necessários para empoderá-los para uma participação efetiva no processo do licenciamento.

2) A Anglo American, sim, é parte interessada, assim como seus funcionários e determinados setores econômicos locais que se beneficiam dos empreendimentos por ela executados. Os moradores locais atingidos, entretanto, são detentores de direitos que, teoricamente, são garantidos pela Constituição Brasileira de 1988, que reforçou a Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas de 1948. Estes direitos, ao contrário dos interesses empresariais, não são negociáveis (i. e. Direito à água, à moradia, ao ambiente ecologicamente saudável, dentre outros, incluindo o direito de decidir sobre a própria vida).

Diante desse contexto, tomamos a citação inicial do Secretário-Geral do Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas (CIPSH), Luiz Oosterbeek, como motivo de nos referir a um outro pronunciamento, o de Eduardo Cruz, reitor da Universidade de Portugal, realizado durante o mesmo evento:

“O Direito está moribundo e suas fontes estão secas, reduzidas a leis, doutrina e jurisprudência. O Direito é diferente de lei e a justiça se aplica não só com o cumprimento da lei, mas com sensibilidade. A lei tem que respeitar o direito” (Pronunciamento durante o "I Seminário Internacional sobre Direito Ambiental e Minerário” em Mariana, 2016, para discussão sobre o desastre tecnológico causado pela SAMARCO (Vale/BHP-Billiton, grifos nossos).

O que observamos nas últimas audiências e reuniões públicas em relação aos projetos da Anglo American é um sistemático deslocamento do tratamento da questão dos legítimos direitos dos atingidos para uma discussão genérica organizada em posições polares “a favor” e “contra” o empreendimento”. Esse esvaziamento do sentido político do debate tem sido estimulado pela própria empresa. Neste contexto, não houve espaço de debate sobre os problemas técnicos e jurídicos dos Estudos de Impacto Ambiental e não foram apresentadas propostas adequadas em relação à restauração dos modos de vida dos atingidos. O resultado foi a aprovação das licenças com centenas de condicionantes. Dessa forma, as audiências se transformaram em um palco - aliás, ostensivamente  ocupado por forte aparato policial, estrategicamente colocado do “lado” daqueles que defendem seus direitos e/ou ousam questionar a Anglo -, o que pouco contribui para o esclarecimento dos segmentos mais afetados e prejudicados pelo projeto, ou ainda para o melhoramento dos estudos e programas desenvolvidos, objetivos para os quais as audiências públicas foram originalmente criadas.

Em relação à alegação no convite da V. Sa. sobre “o interesse genuíno das partes envolvidas em construir soluções que permitam o convívio harmônico”, cabe ressaltar a falta de uma postura proativa da empresa em relação ao tratamento dos direitos dos atingidos, o que coloca em cheque a natureza genuína desse esforço. Como é de seu conhecimento, aconteceram vários incidentes com os moradores afetados pela mineração da Anglo, tais como a interrupção do sistema de abastecimento de água, a expulsão de idosos e moradores isolados que não aceitaram as condições impostas para a nova moradia. Além disso, percebeu-se em torno da audiência agendada para 11/04/2017 um clima de terror nas referidas comunidades com a circulação de difamações e denúncias caluniosas em redes sociais e por meio de panfletos apócrifos, e até ameaças de morte a alguns dos autores da Ação Popular e seus apoiadores. Não observamos nenhuma atitude da empresa no sentido de evitar ou coibir o agravamento dessa situação. Neste clima de violência latente, entendemos que não existem atualmente condições para a realização de uma audiência pública que serviria aos seus objetivos originais precípuos relativos à discussão qualificada acerca dos direitos dos atingidos e das falhas e lacunas dos estudos ambientais apresentados. Ao contrário, nestas circunstâncias compartilhamos os temores dos atingidos sobre o agravamento das tensões e da violência no local.

Finalmente, seu convite destaca “o debate em benefício do interesse coletivo” em torno de valores abstratos como "o legado positivo da região", mas curiosamente não menciona os direitos daqueles que mais sofrem com os efeitos reais do empreendimento. Tudo indica que o “debate” continua a objetivar o deslocamento da questão dos direitos para uma oposição pouco construtiva reduzida às posições “a favor” ou “contra” a obra. Desse modo, seria desejável que, para alcançar credibilidade junto aos moradores, em direção ao “propósito de fazer uma mineração responsável”, a Anglo American agisse decisivamente de forma a evitar o clima de terror em torno dos seus empreendimentos, separando de forma clara – e sensível –  o tratamento dos direitos individuais, coletivos e difusos dos cidadãos atingidos (conforme o princípio da preservação da dignidade da pessoa humana garantido pelo Estado Democrático do Direito) da discussão acerca dos potenciais e limites do empreendimento em relação ao desenvolvimento da região.
Atenciosamente,
Coordenação GESTA-UFMG
Profa. Dra. Ana Flávia Santos - Professora Adjunta (DAA-UFMG)
Profa. Dra. Raquel Oliveira Santos Teixeira - Professora Adjunta (DSO-UFMG)

CARTA RESPOSTA POLOS DA CIDADANIA:
Ofício: 04/2017

Para: Srª. Mariana Rosa e Sr. Tiago Alves
Respectivos Gerente de Comunicação e Coordenador Corporativo de Desenvolvimento Sustentável da Empresa Anglo American Brasil
Belo Horizonte, 27 de abril de 2017.

Senhora Mariana Rosa e Senhor Tiago Alves,

Vimos por meio deste, responder o documento encaminhado pela Anglo American Brasil e entregue ao Programa Polos de Cidadania da Faculdade de Direito da UFMG, no dia 25 de abril de 2017, na nossa sede em Belo Horizonte, referente ao convite para uma reunião com o propósito, segundo informado pela empresa, de "discutir aspectos da Etapa 3 do Minas-Rio que requeiram melhores esclarecimentos entre todas as partes interessadas".
Conforme informações disponíveis no site Controle Transparente (www.controletransparente.com.br), dedicado à transparência de aplicações dos recursos provenientes do acordo judicial firmado entre o Ministério Público do Estado de Minas Gerais e a empresa Anglo Ferrus Minas-Rio Mineração S/A, nos autos do processo de Ação Civil Pública n. 0175.09.013968-4 da Comarca de Conceição do Mato Dentro, a partir de convite feito pela Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Social (Cimos) do Ministério Público do Estado de Minas Gerais e pela Promotoria de Justiça de Conceição do Mato Dentro e reuniões realizadas com cidadãos, entidades e instituições do município, o Programa Polos de Cidadania da Faculdade de Direito da UFMG apresentou a sua proposta de atuação, tendo por objetivo o desenvolvimento de processos de organização e mobilização social, à realização de práticas de educação e ações comunitárias de proteção e efetivação de direitos fundamentais junto aos moradores da região.

Assim sendo, temos pautado a nossa atuação, desde o início dos trabalhos no município, pelo reconhecido histórico do Programa, criado em 1995, junto a pessoas e comunidades em condições diversas de vulnerabilidades sociais, (1)nos princípios de respeito à centralidade, protagonismo, autonomia e emancipação das coletividades com as quais dialogamos e (2)na observância aos Direitos Humanos, pactuados em Tratados e Convenções Internacionais de que o Brasil é signatário, assim como, no caso de Conceição do Mato Dentro e outras regiões afetadas pelas atividades de mineração, pelas recomendações expressas e defendidas nas Resoluções nºs 26/06, 31/06, 01/07, 02/07, 05/07 - Brasília/DF.

Após a publicação de uma Nota de Esclarecimento, por parte da empresa, quanto ao cancelamento da audiência pública prevista para o dia 11 de abril de 2017, na qual a Anglo American afirma que tal cancelamento coloca em risco a continuidade operacional do Minas-Rio, o Programa Polos de Cidadania da UFMG passou a receber, cotidianamente, inúmeros relatos e depoimentos de graves violações de direitos ocorridas no município, bem como constatado o acirramento dos ânimos e dos conflitos entre pessoas e comunidades locais.

Considerando a citação de Luiz Oosterbeek e a pergunta destacada pelo autor, presente no documento encaminhado pela Anglo American ao Programa Polos de Cidadania da UFMG, "as pessoas não são todas iguais, não têm os mesmos interesses, as mesmas ansiedades. Portanto, nunca vão estar de acordo unanimamente sobre o caminho a prosseguir frente a uma dificuldade (...) Como é que elas podem continuar divergindo e não romper?", compreendemos e informamos a empresa que rompimentos e fraturas sociais já foram causados, fato que, a nosso ver, justifica uma desaceleração e revisão na condução do processo de licenciamento da etapa 3 do Minas-Rio.

Enquanto um Programa de Extensão Universitária e Pesquisa Social Aplicada da UFMG, com extensa trajetória na busca de efetivação dos direitos humanos e no constante trabalho de colaboração e assessoria técnica junto a várias coletividades, dentre elas, algumas de Conceição do Mato Dentro, compreendemos que o momento requer um extremo cuidado de todas as partes envolvidas com a delicada situação vivenciada na região e a abertura de canais efetivos de diálogo, visando a imediata interrupção das violações de direitos registradas.

Por fim, compartilhando do argumento defendido pelo renomado autor italiano Norberto Bobbio, em suas reflexões acerca dos problemas fundamentais relacionados aos direitos humanos:

... não se trata de saber de saber quais e quantos são esses direitos, qual é a sua natureza e seu fundamento, se são direitos naturais ou históricos, absolutos ou relativos, mas sim qual é o modo mais seguro para garanti-los, para impedir que, apesar das solenes declarações, eles sejam continuamente violados. (grifo nosso)
Dessa maneira, concluindo este ofício e deixando claros os nossos objetivos e posições, manifestamos que, caso sejamos convidados pelas comunidades a participar de uma reunião ampla com a empresa e/ou diversos outros atores sociais, estaremos presentes, visando a proteção e a defesa dos direitos fundamentais das pessoas e coletividades historicamente vulnerabilizadas na região.
Atenciosamente,
Prof. Dr. André Luiz Freitas Dias
Coordenação Geral e Acadêmica
Programa Polos de Cidadania
Faculdade de Direito da UFMG
Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras: sinal de fé e luta na arquidiocese de MarianaPor Departamento Arquidiocesano de Comunicação de Mariana03/05/2017 - Atualizado em 03/05/2017 10h06

Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras: sinal de fé e luta na arquidiocese de Mariana
Em clima de partilha, alimentando a fé e a luta do povo, foi realizada na manhã do 1° de maio a XXVII Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Arquidiocese de Mariana em Urucânia. Cerca de 2.200 romeiros participaram deste ato que marca o dia dos trabalhadores na Igreja particular de Mariana.
“Viemos dos vários lugares para participar da XVII Romaria Arquidiocesana dos Trabalhadores e Trabalhadoras. A Romaria envolve os grupos eclesiais, as entidades, as associações, os movimentos sociais da nossa arquidiocese. Este é um espaço de formação popular, um espaço que alimenta as nossas lutas por vida e dignidade, para o trabalhador e para a trabalhadora”, ressaltou o coordenador da Dimensão Sociopolítica, padre Marcelo Santiago.
Para Pedro Simão, de Coimbra, a Romarias é espaço de renovar as esperanças para a evangelização. “Eu participo da romaria desde 2013 e para mim participar desta caminhada significa a evangelização dos nossos irmãos. Pois, aqui eu ganho mais força para voltar para a minha comunidade e continuar evangelizando nessa luta da Igreja em saída”, afirmou.
Espaço de reflexãoO desemprego e às reformas em curso no país, de modo especial, as reformas trabalhista e previdenciária foram alguns dos pontos de reflexão da Romaria. “É a organização que nos leva a conseguir aquilo que desejamos, como dignidade e vida para todo o povo. Com o nosso tema e lema, ‘Trabalhadores e Trabalhadoras em defesa da vida. Organizar o povo para salvar o Brasil’, queremos refletir nesta romaria sobre a realidade triste do desemprego e sobre este pacote de maldade de reformas do atual governo, voltado para a economia, para o capital e contra os trabalhadores e as trabalhadoras. É o conjunto de medidas que tira direitos e conquistas sociais, trazendo mais exclusão social”, disse padre Marcelo.
Segundo Maria José, da Comissão Arquidiocesana de Articulação da Pastoral Afro Brasileira, a tradicional Romaria do dia 1º de maio significa que a Igreja, particularmente a Arquidiocese de Mariana, tem um posicionamento firme e consciente em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras. “Precisamos garantir que o trabalho seja instrumento de dignidade e não de exploração da pessoa. Por isso, precisamos unir forças e organizar o povo para conquistar uma sociedade sem explorados e sem exploradores, onde haja justiça e igualdade de direitos”, explicou.
Após a caminhada pelas ruas da cidade, todos participaram da missa no Santuário de Nossa Senhora das Graças, que foi presidida pelo padre Marcelo e concelebrada por outros padres da arquidiocese. No final da celebração, o vigário episcopal da Região Leste, cônego Lauro Versiani, leu a carta da CNBB aos trabalhadores de todo o Brasil.
Padre Dário Chaves, anfitrião da Romaria, agradeceu a presença a de todos os romeiros, dos presbíteros presentes e de todos os envolvidos, que colocaram os seus dons a serviço desta romaria.