quarta-feira, 12 de abril de 2017

Cimi Leste 2 realiza XXXIV Assembleia Regional“O Deus da vida caminha conosco, dar-nos firmeza em nosso sim”Por CIMI Leste 211/04/2017 - Atualizado em 11/04/2017 14h05

Cimi Leste 2 realiza XXXIV Assembleia Regional
Em clima de forte aconchego e caloroso acolhimento das Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena, no Retiro Nossa Senhora do Carmo, no Banco da Vitoria em Ilhéus, nos dias 27 a 30 de março de 2017, aconteceu a XXXIV Assembleia do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) do Regional Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
A Assembleia reuniu cerca de 20 participantes entre missionários do Regional,  missionários das equipes de base, estagiários do Nordeste de Minas, representantes das Pontifícias Obras Missionarias (POM) e Juventude Missionaria, COMIRE Nordeste 3 (Bahia e Sergipe), lideranças indígenas Xacriabá e Pataxó Hãhãhãe, missionários Jesuítas e Missionarias Agostinianas Recoletas (MAR), jovens da Paroquia de Nossa Senhora da Piedade, da diocese de Itabuna, demais convidados, lideranças indígenas e instituições parceiras da causa indígena.
O grupo refletiu sobre os assuntos de pauta: momento de Conjuntura Nacional e Regional; e formação acerca do tema, reafirmando a nossa missão e espiritualidade no cuidado com a Casa Comum. A assessoria para tais temas ficou a cargo da pastora e agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Nancy.  A programação contou também com uma celebração de ação de graça pelos 50 anos de vida religiosa dos missionários Irmão Elias de Macedo (Jesuíta) e Irma Zuleica Bellot (Agostiniana Recoleta), ambos com rica experiencia missionaria junto aos povos acompanhados pelo CIMI Leste 2 no Sul da Bahia. A celebração foi presidida pelo padre Albani, da diocese de Bom Jesus da Lapa.
Seguido do exercício de planejamento, monitoramento e avaliação com as equipe, houve momentos de socialização dos informes  das atividades ocorridas no espaço do CIMI Nacional durante o ano de 2016 como curso de formação básica I e II, curso de atualização missionaria, encaminhamentos do Conselho Diretor do CIMI, relatório de violência contra os povos indígenas, novo programa de contabilidade Starsoft, escolha dos delegados para a Assembleia Geral nos dias 24 a 27 de outubro, em Luziânia (GO).
De acordo com a análise sobre a conjuntura atual as ameaças aos povos indígenas do Brasil onde o governo brasileiro estabeleceu uma política de desenvolvimento econômico que tem tido como base a exploração dos recursos naturais para que o Brasil se torne uma potência econômica, nos mostrou que ao longo dos últimos anos que o cenário brasileiro esta marcado por grande instabilidade e escândalos envolvendo parlamentares, causando um enorme descrédito perante a sociedade brasileira, prejudicando a imagem de instituições políticas do país e motivando manifestações populares organizadas por diversos setores e segmentos sociais. 
Acompanhamos com muita preocupação as estratégias do Governo e setores ligados ao agronegócio contrários à efetivação dos direitos dos Indígenas e comunidades tradicionais que estão em processo de luta pela garantia do seu território. A representação das bancadas no Congresso Nacional tem caminhado a passos largos rumo ao “legalismo” da invasão e exploração dos territórios Indígenas e Quilombolas, são acordos políticos cujos objetivos contribuem para a violação de direitos territoriais e consequentemente a violação de direitos humanos; com varias PECs, Pls Emendas entre outras leis que vai ao encontro da inconstitucionalidade Brasileira.
No entanto, estes quatro dias de encontro, nos fez refletir sobre a importância de fazer missão fundamentada no evangelho de Jesus; onde a mesma e alimentada pela leitura e pela crítica popular. Desta crítica e autocrítica, nasce a espiritualidade, as ações políticas e a missão, pois, ler a Palavra e ter uma vivência na comunidade, e ter clareza da proposta de Jesus; levando em conta que nossas práticas missionárias, legitimam a nossa missão junto aos povos indígenas incomodando muitas vezes o sistema Capitalista que vem impondo a todo custo à retirada de direitos do povo pobre e excluído da sociedade.
Por fim, viemos salientar que a CNBB tem potencializado e contribuído para estes momentos de discussão em nível Regional, onde saímos fortalecidos para darmos continuidade ao trabalho junto aos povos indígenas na certeza que vamos caminhar no Espírito, na Fé, na Esperança; na luta que continua e em nossa resistência que não foi e nem será em vão.

Por: Alda Maria Oliveira
Coordenadora do CIMI Regional Leste 2

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